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A aula é baseada em uma apresentação power-point. Mesclarei os conteúdos dessas apresentações com as explicações de aula.
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Psicologia é o estudo da mente e do comportamento humano.
Um ser humano, por ser dotado de razão, é igual a todos os demais. Por essa igualdade, no mundo moderno, o indivíduo passa a ter muita importância. Assim passa a ser importante analisar o indivíduo, sua mente e seu comportamento.
Wundt foi um dos primeiros a estudar a psicologia enquanto ciência. Com base no estruturalismo, seu objeto era o estudo da consciência humana e dos processos mentais.
Posteriormente surgiu a Psiquiatria (Filipe Pinel). Desenvolvida como disciplina da medicina, tinha como objeto o sistema orgânico neurológico, com foco nas patologias (doenças mentais).
Esse foco necessário na biologia, no substrato orgânico, é uma crítica atual ao estudo do comportamento do indivíduo. Outras áreas, como a cultura, são também fatores importantes na conduta do indivíduo e não estão relacionados ao seu substrato orgânico.
Após a abordagem estruturalista, e em contraposição a essa, surgiu o funcionalismo, com Wilhelm James. O estruturalismo propunha que as funções mentais eram únicas a todos. O funcionalismo, por sua vez, propõe que a consciência é pessoal, única e em contínua evolução. Cada um reage de forma diferente ao mesmo estímulo do meio. A consciência é seletiva e seleciona os meios e a forma que quer vê-los.
John Watson, por sua vez, era expoente do Behaviorismo. Seu objetivo foi fazer uma ciência em um modelo físico. A mente não é observável. O que é observável é o comportamento, a partir de certos estímulos. A partir daí a psicologia passa a observar o comportamento e não os processos mentais. Nas ciências físicas o que há é a relação causa-efeito. Nesse esteio, a análise passa a focar-se nas relações entre os estímulos (causas) e seus comportamentos (efeitos).
A Gestalt volta a defender que a mente filtra o meio.
Por fim vem a grande ruptura. A psicanalise de Sigmund Freud.
Para ele o ser humano não é o resultado do meio. Também não é determinado pela consciência. O que determina seu comportamento é o inconsciente.
A consciência é determinada pelo inconsciente.
O desenvolvimento humano e o desenvolvimento do seu inconsciente está intimamente ligado ao desenvolvimento de sua sexualidade. A sexualidade é elemento motriz de formação e determinação do comportamento.
Há uma relação de causalidade. A primeira infância é muito importante na formação da personalidade.
Em resumo, do exposto acima, há quatro forças na Psicologia (Coelho):
- Behaviorismo - Ambiente como determinante do comportamento. Homem é entidade passiva.
- Psicanálise - a visão é determinista. O inconsciente comanda.
- Humanismo - a consciência é que comanda. O homem é livre para fazer suas escolhas.
- Transpessoal - busca a compreensão do que está além da personalidade. Agrega as dimensões espirituais e holísticas.
Thomas Kuhn
Thomas Kuhn era um cientista que se preocupava com a inconstância do conhecimento.
A evolução científica normalmente é incremental, ou seja, as descobertas são sempre cumulativas, lineares e evoluem umas das outras.
Kuhn contrapôs-se a isso. Ele defendeu que a evolução científica não é feita pelas reafirmações mas sim por rupturas. Os novos paradigmas sempre se opõem aos anteriores.
Para ele as ciências normais passam por uma transição paradigmática e tornando-se ciências revolucionárias de tempos em tempos. Posteriormente a ciência revolucionária torna-se a ciência normal e um novo ciclo se inicia.
Para o autor um paradigma é uma constelação de conceitos, valores, percepções e práticas compartilhadas por uma comunidade científica, que apresenta uma determinada concepção da realidade, estruturada a partir de um determinado tipo de pensamento.
"O paradigma indica à comunidade o que é interessante investigar, como levar a cabo essa investigação, impondo como que um sentido ao trabalho realizado pelos investigadores e limitando os aspectos considerados relevantes da investigação científica" (Alexandre Marques)
O paradigma é muito importante para a evolução da ciência. Conforme os paradigmas mudam é que as ciências tornam-se livres para as evoluções mais revolucionarias. Enquanto os paradigmas não mudam as respostas são sempre condicionadas à reafirmação dos paradigmas que fundamentaram as perguntas. A ciência que rompe com os paradigmas anteriores é a ciência revolucionária.
No momento da mudança é imperioso o estabelecimento de novos paradigmas. Esses novos paradigmas são definidos por tentativa e erro. Normalmente há muitos candidatos ao novo paradigma. Esses candidatos se digladiam até começarem a formar um consenso sobre o novo paradigma. Esse novo paradigma passa, então, a ser a base para a nova ciência futuramente definida como normal.
Voltando à pergunta. Se a psicologia é uma ciência, por que ela não tem um objeto definido e um método único? A resposta está no fato de que a Psicologia é uma ciência em fase revolucionária. Vários paradigmas estão em debate e ainda não houve estabilização de paradigmas para tornar-la uma ciência normal.
A teoria dos sistema, por sua vez, define que os fatores influenciam o comportamento. Veremos isso mais adiante no curso.
DA PSICOLOGIA AO DIREITO
A ciência moderna e a fragmentação dos saberes
Até a idade média o conhecimento era centralizado, universal. O advento da ciência moderna traz consigo a fragmentação do conhecimento.
René Descartes, em seu discurso sobre o método, busca, como todo filósofo, a verdade. O método cartesiano partia da dúvida para regredir e contraditar em busca da verdade. A única verdade que ele conseguia ter certeza é que o homem pensa, logo existe. Mas não conseguia ter certeza que as coisas pensadas eram verdadeiras. Por fim ele faz uma ponte que parte do princípio que as coisas que a razão alcança são verdadeiras. O método é a garantia da manutenção da razão, em busca da verdade.
O mecanismo proposto tende a isolar objetos e métodos únicos, para a busca de objetividade, precisão e certeza.
O conhecimento que antes era universal passa a ser fragmentado.
Entretanto essa fragmentação tem seus defeitos. Ao fragmentar se perde a visão do todo. A alienação, de que trata Marx, é o resultado indireto da fragmentação.
O positivismo jurídico é uma forma de fragmentação. A falta de conexão dos saberes é um problema moderno.
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